Páginas

segunda-feira, 11 de março de 2013

A Língua portuguesa nos Currículos de Final de Século

   Marildes Marinho




O texto direciona um olhar crítico ao currículo de Língua Portuguesa. A autora orienta que para analisar um currículo, seja ele de qualquer disciplina, deve ser abordado sob duas perspectivas mais gerais, influência externas e internas.
Historicamente houve várias mudanças na sociedade brasileira, que desencadearam movimentos que revindicavam uma escola para todos, pois até então a escola era direcionada para a classe alta/média. A operária não tinha vez.
Com a entrada da classe operária nas escolas o número de alunos aumentaram muito, nos anos 60. Professores foram recrutados para sala de aula, diante disso o processo foi menos seletivo.
O professor de língua portuguesa se vê cada vez mais dependente de um material completo, que supra as lacunas de sua formação.
O livro didático passa a assumir o papel de produtor das atividades, onde o mesmo deveria ser apenas um material complementar para o trabalho do professor, tem se tornado o "guia prático" em sala de aula. A gramática sempre foi usada como prioridade na escrita e oralidade. "Mesmo nos momentos em que se elege o texto como objeto de estudo, a gramática é um conteúdo autônomo e ao qual se dá maior enfase."p.47
Ao longo do texto essa é uma das críticas da autora, embora nos currículos se fale em trabalhar a oralidade, produção textual, o foco fica na gramática, ela fica autônoma.
O que têm acontecido é que se tem usado a gramática para trabalhar os textos, a produção textual, oralidade. E não o contrário, usar o texto para trabalhar os quatro eixos sem necessariamente focar a gramática, pois essa é a menos importante, diante da capacidade do indivíduo conseguir organizar suas ideias e expressa-la sem dificuldade oralmente e na escrita. O que adianta escrever um texto convencionalmente correto e o mesmo não possuir nenhum contexto.
Trago aqui dois exemplos, onde foi solicitado aos alunos que de seu jeitinho fosse escrito um cartão para homenagear a mulher mais importante de sua vida. 






Embora estejamos em pleno século XXI, ainda existem professores adeptos da cartilha. Essa semana ouvi de duas pessoas, uma orientadora pedagógica e outra professora do ensino fundamental. As duas colegas de trabalho, que me vendo desesperada tentando elaborar atividades contextualizadas para minha turma de 3º ano, onde 3 são pré-silábicos, 13 silábicos e 12 alfabéticos, ou seja uma turma heterogenia  que melhor seria trabalhar o B+A=BA a outra completou dizendo que fomos alfabetizados assim e deu certo. Perguntei se realmente fomos alfabetizados ou se só aprendemos a decodificar letras.Uma delas me ofereceu um texto que era sobra da aula que ela havia ministrado em sua turma, ao ler o pequeno texto, percebi que estava no tunel do tempo e voltado ao passado. Um método tradicional ainda tão presente nas salas de aula.
Aqui o texto trabalhado pela professora:

Nenhum comentário:

Postar um comentário